![](https://static.wixstatic.com/media/eec603_34bbe48562ea4ce38b9e661eea5ddb14.jpg/v1/fill/w_288,h_162,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/eec603_34bbe48562ea4ce38b9e661eea5ddb14.jpg)
Amantes (Two Lovers), de James Gray (EUA)
Por Luiz Gallego
Se nos filmes anteriores de James Gray sempre havia policiais ou gente nas fronteiras da ilegalidade, desta vez o cineasta decantou o que seria o seu tema essencial: a tensão entre o grupo familiar e um de seus membros. Ele já disse achar que família é uma doce armadilha. E não julga nem condena os novos personagens. Se alguns fazem os demais sofrerem, não é intencional: são pessoas comuns em desencontro com elas mesmas, e com os outros.
O título original do quarto longa do diretor é Two Lovers, apontando a dualidade do personagem central que vai rapidamente da melancolia à euforia e vice-versa. Sempre ambivalente, tenta suicídio, se arrepende e pouco depois faz piadas que dissimulam a depressão.
Seus pais esperam ampliar um negócio de família se ele casar com a maternal Sandra que diz querercuidar de Leonard, mas ele fica fascinado com Michelle - que só o quer como amigo confidente. Ele a deseja de modo apaixonado e idealizado, enquanto Sandra seria a escolha terna e racional. Mas qualquer escolha parece ser a perda de uma ou outra forma de amar. A atração oscilante pelas duas moças mereceu bela narrativa cinematográfica com frequentes planos fechados no rosto de Joaquin Phoenix, revelando a empatia visceral do ator com o personagem.
![](https://static.wixstatic.com/media/eec603_9a2f7b2ada564ed392d0a4d149b3fc80~mv2.jpg/v1/fill/w_200,h_283,al_c,lg_1,q_80,enc_auto/eec603_9a2f7b2ada564ed392d0a4d149b3fc80~mv2.jpg)