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Homenagem ao ator Alain Delon (1935-2024)

Por Zeca Seabra

Símbolo de beleza, talento e coragem

 

 

Alain Fabien Maurice Marcel Delon, mais conhecido como Alain Delon, nasceu em 8 de novembro de 1935 em Sceaux, na região do Alto Sena e é um dos artistas mais conhecidos do cenário cultural e cinematográfico do século XX.

 

Aos quatro anos, seus pais se divorciaram e Delon foi colocado em um orfanato. Voltando para sua mãe verdadeira, então casada com outro homem, Delon passou por uma infância turbulenta, sendo várias vezes expulso da escola, até parar de estudar aos 15 anos. No início dos anos 50, alistou-se na Marinha Francesa e participou da Guerra da Indochina. Voltando à Paris, assumiu várias profissões como garçom, vendedor e porteiro até que em 1957, durante o Festival de Cannes, o produtor americano David O. Selznick lhe ofereceu um contrato em Hollywood desde quer aprendesse inglês, o que não aconteceu.

 

Sem nunca ter aulas de interpretação e teatro, Delon era um ator nato. Seu primeiro filme, em 1957, foi “Uma tal condessa” (“Quand la femme s’en mêle”), dirigido por Yves Allégret, mas sua carreira só decolou em 1960 com o longa “O sol por testemunha” (“Plein soleil”), de René Clément, baseado no livro “O talentoso Mr. Ripley”. Logo em seguida, atuou no clássico “Rocco e seus irmãos” (“Rocco e i suoi fratelli”), do diretor Luchino Visconti, voltando a trabalhar juntos mais uma vez em “O leopardo” (“Il gattopardo”, 1963), vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Durante as décadas de 60,70 e 80, Delon consolidou-se como um ícone de beleza, elegância e sofisticação, trabalhando em cerca de 90 filmes e se mostrando um grande empreendedor ao lançar sua própria marca, responsável pela venda de uma infinidade de artigos de luxo.

 

Em 2022, com 87 anos e enfrentando sérios problemas de saúde, incluindo um AVC e um câncer, Alain Delon considerou o suicídio assistido como uma escolha digna para o final de sua vida. Em 18 de agosto de 2024, os três filhos do ator anunciaram sua morte em sua propriedade em Douchy na França rodeado pelos familiares, sem divulgar para a imprensa como aconteceu.

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