Os melhores filmes de 2012
Por Mario Abbade
Folia Cinematográfica
Para quem achava que a alegria se acabaria na Quarta-Feira de Cinzas, o bom é saber que será justamente o contrário. Este é o dia em que começa a mostra Os Melhores Filmes do Ano, com dez longas eleitos em votação da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), além de dois títulos históricos.
A ACCRJ, único órgão brasileiro filiado a FIPRESCI (Fédération Internationale de la Presse Cinématographique / The International Federation of Films Critics), tem o orgulho de ter sido escolhida pelo Centro Cultural Banco do Brasil para abrir a sua programação de cinema de 2013.
Os filmes eleitos os melhores do ano de 2012 serão exibidos em sessões programadas para suscitar o debate, de acordo com os temas de que tratam — e que serão discutidos junto ao público por especialistas de diferentes áreas. Nem sempre é fácil combinar os escolhidos, que são divididos em cinco grupos de dois filmes. Mas, embora nem todos sejam claramente complementares, há invariavelmente um critério para que eles tenham sido associados em sessões programadas para o mesmo dia, nem que seja uma polêmica que sirva para aguçar o embate de ideias, já que, afinal, esta é mesmo uma das principais funções da ACCRJ.
“A Separação” e “Isto Não É um Filme” estão unidos pelas abordagens de questões sociais e políticas feitas pelo cinema iraniano. Já o critério que juntou “A Música Segundo Tom Jobim” e “Um Alguém Apaixonado” não é tão literal. Os dois são filmes de grandes cineastas, o brasileiro Nelson Pereira dos Santos e o iraniano Abbas Kiarostami. Enquanto o primeiro é pautado pela música, mais precisamente a bossa nova, o drama do diretor iraniano se desenvolve ao som de jazz. Na dobradinha “A Invenção de Hugo Cabret” e “O Artista”, os dois longas têm um mesmo tema: o cinema e sua história. No duo “Shame” e “A Febre do Rato”, o sexo e o desapego ao corpo, entre outros temas, marcam presença. Por fim, a dupla “Argo” e “Drive” revisita o cinema de gênero americano.
Completando a programação, a mostra homenageia dois fundamentais cineastas brasileiros que nos deixaram em 2012, Carlos Reichenbach e Paulo César Saraceni, exibindo filmes emblemáticos dos diretores. Então, está combinado: a Quarta-Feira de Cinzas é o dia em que começa a alegria de quem gosta de cinema.
Mario Abbade
Organizador da Mostra e Presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ)