top of page

SHAMPOO - Choque de cultura


Warren Beatty em Shampoo

Em 2008, quando se completaram 20 anos da morte do cineasta Hal Ashby, a revista Good pediu ao diretor David O. Russell que escrevesse um texto sobre “Shampoo”, que ele viu seis vezes no cinema quando tinha 17 anos. Russell atribui boa parte da magia do filme a Warren Beatty. “Não se pode falar de ‘Shampoo’ sem falar de Beatty, que coescreveu o roteiro com Robert Towne e o produziu. Nenhum outro ator-roteirista (e diretor, embora não nesse filme) personificou toda a abundância americana, autocomplacência, sensualidade, diversão sem compromisso e capacidade de autocrítica inteligente, especialmente nesse filme”, escreveu.


Não havia como dar errado a junção do talento de Beatty com a sensibilidade de Ashby, um dos expoentes da Nova Hollywood, que contestou o sistema de forma original e inteligente por meio de pérolas como “Muito além do jardim”, “Ensina-me a viver”, “Amargo regresso” e “A última missão”. Realizado em 1975, “Shampoo” ia pelo mesmo caminho.


Por detrás da aparente despretensão cômica da história de um cabeleireiro garanhão (Beatty) envolvido numa ciranda amorosa com três belas mulheres (Goldie Hawn, Julie Christie e Lee Grant (vencedora do Oscar de atriz coadjuvante pelo papel) e que não deixa passar em branco nem mesmo a filha de uma delas (Carrie Fisher, estreando no cinema), há um tom reflexivo que atravessa a narrativa. Afinal, a ação se passa em 1968, nas horas que antecedem a eleição de Richard Nixon para seu primeiro mandato presidencial, e tanto o roteiro quanto a direção de Ashby sabem explorar esse choque entre o conservadorismo republicano e a contracultura. Transgressão, humor e melancolia se mesclam até desembocar no anticlímax da memorável cena final.

30/3 – sábado - 18h Shampoo, de Hal Ashby (EUA, 1975). Com Warren Beatty, Julie Christie, Goldie Hawn.

Comédia/Drama. Sinopse: George é um atraente cabeleireiro em Beverly Hills. Quando decide montar seu próprio salão de beleza, recorre a um empresário para investir no negócio. O único problema é que George mantém relações com a mulher, a filha e a amante do investidor. Com quatro indicações ao Oscar, venceu por melhor atriz coadjuvante (Lee Grant) e ator coadjuvante (Jack Warden). 109 min. 14 anos.


Warren Beatty: Uma Rajada de Charme De 25 a 31 de março Ingressos gratuitos Cinemateca do MAM Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 - Praia do Flamengo, Rio de Janeiro - RJ, 20021-140 Telefone: (21) 3883-5630


Posts Recentes
bottom of page