Xanadu - Do fracasso ao cult
É possível imaginar uma obra composta por elementos como patins, musas, a paisagem californiana e canções da banda Electric Light Orchestra (ELO)? “Xanadu”, filme de 1980 dirigido por Robert Greenwood, prova que sim.
Graças ao papel de Sandy Olsson em “Grease”, sucesso do produtor Robert Stigwood, Olivia Newton-John se transformou numa versão da “Namoradinha da América”. E “Xanadu” seria seu projeto seguinte.
Na produção, ela interpreta uma musa do Olimpo que vem à Terra para inspirar um artista a transformar seu sonho, a construção de uma grande boate, em realidade.
O elenco também conta com Gene Kelly, em seu último papel no cinema, e Michael Beck, protagonista de “Warriors”, lançado apenas um ano antes.
Atualização de “Quando os deuses amam”, de 1947, “Xanadu” foi um fracasso de público e crítica. No entanto, ao longo dos anos, a produção atingiu um status de cult movie, muito pelo sucesso das canções escritas por Jeff Lynne, líder da ELO, sobretudo “Magic” e a composição-tema.
Duas curiosidades: “Xanadu” era o nome da residência de verão do imperador mongol Kublai Khan - um palácio de prazeres, como descrito na obra do poeta inglês Samuel Taylor Coleridge, cujos versos iniciais são vistos no filme.
A parte externa da boate é, na verdade, o Pan-Pacific Auditorium – construção de 1935, durante muitos anos o principal centro de eventos de Los Angeles. A estrutura seria destruída por um incêndio em 1989.
(Texto publicado na revista da mostra "Nos Embalos de Uma Parceria", realização ACCRJ/Cinemateca do MAM - agosto 2019)