Embalos a dois - Em time que está ganhando...
Depois da febre em que havia se tornado “Grease: Nos tempos da brilhantina” (1978) – produzido por Robert Stigwood (“Os embalos de sábado à noite”, 1977) – a 20th Century Fox, almejando uma fatia do sucesso, estava ávida por juntar novamente os astros John Travolta e Olivia Newton-John. Assim, a dupla passou anos tentando encontrar outro veículo para protagonizar - entre os projetos quase escolhidos estavam um remake de “Neste mundo e no outro” (1946), de Michael Powel, e a adaptação de “They´re playing our song”, peça de Neil Simon.
Sem a produção de Stigwood ou a direção de Randal Kleiser (posto que ficou com o estreante John Herzfeld), “Embalos a dois” foi a opção dos atores, lançado cinco anos após “Grease”. E, se a primeira parceria era galgada no musical de Jim Jacobs e Warren Casey, a segunda pegava carona na tendência da época: as comédias angelicais – iniciada após o estouro de “O Céu pode esperar” (1978), de e com Warren Beatty.
A trama, um tanto estranha para uma comédia romântica, mostra quatro anjos vindo à Terra para impedir os planos de Deus (voz não creditada de Gene Hackman) de destruir o planeta. A única esperança de salvação: os desajustados personagens de Travolta e Newton-John, que precisavam se apaixonar para impedir o cataclismo.
O resultado não foi o esperado, e em vez do Oscar como seu primo rico, “Embalos a Dois” emplacou no Framboesa de Ouro. Mas um quesito em que não há reclamação é a química da dupla. Outro elemento marcante é a trilha sonora, com quatro canções de Newton-John, incluindo o sucesso “Twist of fate”, que seria o título do filme e ficou no topo das paradas na época.
(Texto publicado na revista da mostra "Nos Embalos de Uma Parceria", realização ACCRJ/Cinemateca do MAM - agosto 2019)