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Carta aberta


Qualquer pesquisa a ser feita por uma instituição de críticos ou de estudiosos do audiovisual, com foco nos filmes feitos no Brasil entre os documentários do fim do século XIX e a produção mais contemporânea, necessitará de dados empíricos (sobre bitolas, tecnologias digitais, equipes ou resenhas) que só existem, devidamente classificados e indexados, num templo de reverência à memória, hoje ameaçado de extinção, chamado Cinemateca Brasileira.


As mazelas enfrentadas pela instituição paulistana, neste momento, comprometem não apenas o seu funcionamento - e todo o patrimônio fílmico nela preservado - como também impede o pleno exercício da atividade profissional de pesquisadores, de analistas de filmes, de diretores, de roteiristas, de produtores, de fotógrafos, de diretores de artes, de captadores de som, de jornalistas, de professores e de toda uma cadeia econômica.

Falta de verba para a conta de luz, atrasos no repasse de dividendos, carência de apoio: tudo isso joga uma pá de terra sobre a indústria da imagem no Brasil, condenando não apenas o Passado por ela cuidado, como o Presente – o dia a dia de centenas de trabalhadores da Cultura -, assinando, como uma trágica consequência, o futuro do cinema feito nesta pátria, em múltiplas latitudes. A ACCRJ mobiliza seus membros num gesto de apoio à Cinemateca Brasileira, repudiando o assassinato cultural em praça pública que estamos vivenciando ao testemunhar o definhar de um órgão que, por anos a fio, preservou histórias que ajudaram esta nação a construir sua própria imagem.

Como uma organização sem fins lucrativos dedicada ao estudo das artes e das ciências cinematográficas, a ACCRJ estende seu total apoio à Cinemateca Brasileira.

Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro - ACCRJ


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